Hoje vamos falar sobre exames laboratoriais que podem — e devem — ser avaliados em casos de suspeita de depressão. Muitas vezes, os sintomas emocionais estão ligados a desequilíbrios no nosso organismo.
Vamos entender melhor?
1. Ferritina
A ferritina é um marcador importante de armazenamento de ferro no corpo. O ideal é que esteja acima de 70, mas sem ultrapassar 150, pois níveis elevados também podem indicar processos inflamatórios. Além disso, é essencial investigar outros marcadores relacionados, como o ferro sérico, a transferrina e a saturação de transferrina, especialmente em casos suspeitos de anemia.
2. Vitamina B12
A vitamina B12 é fundamental para a função cognitiva, manutenção da memória e saúde do sistema nervoso. O ideal é que seus níveis estejam acima de 500, mas sem ultrapassar 1200. A deficiência dessa vitamina pode causar sintomas muito semelhantes aos da depressão, como cansaço extremo, desânimo e dificuldade de concentração.
3. Vitamina D
A vitamina D influencia diretamente o nosso humor e a produção de neurotransmissores, como a serotonina. Os níveis ideais estão entre 50 e 90 ng/mL. No inverno, os casos de depressão tendem a aumentar, justamente pela menor exposição solar e pela consequente redução da produção natural dessa vitamina. Por isso, é importante monitorar e, se necessário, suplementar com orientação médica.
4. Cortisol
O cortisol é conhecido como o hormônio do estresse. Níveis desregulados — tanto altos quanto baixos — podem afetar diretamente o equilíbrio emocional, contribuindo para quadros de ansiedade e depressão. Avaliar o funcionamento das glândulas adrenais através de exames específicos pode oferecer um panorama importante sobre como o seu corpo está reagindo ao estresse.
5. Hormônios da Tireoide — TSH, T3 e T4
A tireoide regula o metabolismo e influencia diretamente a nossa energia e disposição. Alterações hormonais nessa glândula podem provocar sintomas muito parecidos com os da depressão. Aqui vão os valores considerados ideais para uma boa função tireoidiana:
TSH entre 1,0 e 2,5 mUI/L
T3 acima de 3,0 pg/mL
T4 livre acima de 1,0 ng/dL
Esses parâmetros podem variar um pouco conforme o laboratório, então é fundamental discutir os resultados com um profissional de saúde.
Conclusão:
Se você ou alguém próximo está enfrentando sintomas de depressão, é fundamental procurar ajuda profissional. Além da avaliação emocional, investigar possíveis causas biológicas pode fazer toda a diferença no sucesso do tratamento.
Muitas vezes, corrigindo essas deficiências, é possível recuperar a qualidade de vida e restabelecer o equilíbrio da saúde mental.
Fique atento ao seu corpo. Cuidar da saúde física é também uma forma de cuidar da mente.
Até a próxima!
Pessoas que consomem diariamente mais de 20% de alimentos ultraprocessados correm o risco de sofrer declínio cognitivo acentuado, condição do cérebro que leva à perda da capacidade de realizar atividades que estão diretamente relacionadas ao dia a dia —como lembrar datas, fazer cálculos, planejar e executar tarefas. Foi o que constatou uma pesquisa brasileira realizada com cerca de 11 mil pessoas, recrutadas em seis cidades (Belo Horizonte/MG, Porto Alegre/RS, Rio de Janeiro/RJ, Salvador/Bahia, São Paulo/SP e Vitória/ES) e acompanhadas por um período médio de oito anos.
O que são ultraprocessados? São aqueles alimentos industrializados, carregados de açúcares, gorduras, sal e substâncias sintetizantes (emulsificantes, conservantes) que, embora tenham alto teor calórico, possuem pouca composição nutricional, incluindo pão de forma, hambúrgueres de redes de fast-food, refrigerantes e bolachas recheadas. A quantidade relatada na pesquisa seria o equivalente a consumir diariamente mais de 400 calorias em alimentos industrializados, em uma dieta de 2.000 calorias/dia.
O estudo faz faz parte de uma ampla pesquisa chamada Estudo Longitudinal Brasileiro de Saúde do Adulto (Elsa-Brasil), que gera conhecimentos científicos sobre doenças crônicas no país. Como o estudo foi feito e as descobertas A coleta de dados ocorreu entre os anos de 2008 e 2017 e a análise se deu entre dezembro de 2021 e maio de 2022. Os participantes são servidores públicos, homens e mulheres com idade entre 35 e 74 anos. O grupo era composto em sua maioria de mulheres (54,6%), brancos (53,1%) e com no mínimo um diploma universitário (56,6%). O IMC (Índice de Massa Corporal) médio dos voluntários era de 26,9 e ingestão calórica de 2.856 calorias/dia.
A pesquisadora Natália Gomes Gonçalves que o declínio cognitivo acontece naturalmente ao longo de todo o processo de envelhecimento. Porém, o que se constatou no estudo foi que houve perda acelerada de cognição entre todos os participantes da pesquisa, mesmo entre os mais jovens, por volta dos 35 anos. O que isso significa? Segundo a pesquisadora, esse achado foi muito importante porque essa faixa etária é justamente a idade da janela mais importante para prevenção de doenças neurodegenerativas, que têm início bem antes da apresentação dos sintomas na velhice. "Nessa idade, as pessoas precisariam se preocupar em ter uma alimentação mais saudável para assegurar melhor saúde cerebral ao envelhecer", diz ela.
O estudo também mostrou que a alta ingestão dos ultraprocessados (superior a 20%) resultou em um declínio 28% mais rápido na função cognitiva global (a função cerebral que reúne todas as habilidades cognitivas, a de memória, a de fluência verbal e a função executiva) e 25% na cognição executiva (função do cérebro ligada às habilidades de planejamento, execução de tarefas e resolução de problemas). A associação do consumo desses produtos e a piora da cognição foi mais forte em pessoas de 35 a 59 anos, comparado com os participantes mais velhos.
Os resultados estão no artigo:
Association Between Consumption of Ultraprocessed Foods, Cognitive Decline" publicado no períodico JAMA Neurology.
Embora a compreensão completa das diferenças neurais entre um cérebro com depressão e um cérebro considerado "normal" ainda esteja em desenvolvimento, pesquisas sugerem algumas disparidades. Por exemplo, pessoas com depressão podem apresentar redução do volume do hipocampo, região relacionada à memória e às emoções. Além disso, desequilíbrios neuroquímicos, como níveis reduzidos de serotonina, dopamina e noradrenalina, são frequentemente associados à depressão. A atividade cerebral em certas áreas, como o córtex pré-frontal e o sistema límbico, também pode estar alterada em indivíduos deprimidos.
O transtorno do espectro do autismo (TEA) é uma condição neurobiológica do desenvolvimento que afeta a comunicação, interação social e comportamento. O termo "espectro" é utilizado porque o autismo manifesta-se de maneiras muito diferentes em cada indivíduo, variando em termos de gravidade e características específicas. Algumas pessoas no espectro do autismo podem ter habilidades excepcionais em áreas específicas, enquanto outras podem enfrentar desafios significativos em várias áreas da vida. Aqui estão algumas características comuns do espectro do autismo:
Dificuldades na Comunicação:
Pode haver atrasos no desenvolvimento da fala. Algumas pessoas no espectro podem não desenvolver a linguagem verbal e podem depender de formas alternativas de comunicação, como a linguagem de sinais ou comunicação assistiva.
Dificuldades na Interação Social:
Dificuldade em entender e interpretar as pistas sociais. Desafios em desenvolver e manter relacionamentos interpessoais.
Dificuldade em expressar emoções ou entender as emoções dos outros.
Padrões de Comportamento Repetitivos:
Adesão a rotinas fixas e resistência a mudanças. Engajamento em comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, alinhar objetos ou repetir palavras ou frases.
Sensibilidade Sensorial:
Algumas pessoas no espectro do autismo podem ser sensíveis a estímulos sensoriais, como luzes intensas, sons altos ou texturas específicas.
Imagine que o seu cérebro é como uma rede de comunicação cheia de mensageiros. Esses mensageiros, conhecidos como neurotransmissores, desempenham papéis vitais no seu humor, emoções e bem-estar geral.
Vamos conhecer alguns deles:
Dopamina: O "motivador". A dopamina está ligada à motivação, recompensa e prazer. Ela nos dá aquela sensação de realização quando alcançamos nossos objetivos.
Serotonina: O "regulador do ânimo". A serotonina influencia o humor, o sono e o apetite. Níveis adequados contribuem para o equilíbrio emocional.
Glutamato: O "aumentador de sinal". O glutamato é um excitatório e está envolvido na aprendizagem e na memória. Ele é essencial para a comunicação entre neurônios.
Acetilcolina: O "mensageiro da atenção". A acetilcolina desempenha um papel crucial na atenção, concentração e no funcionamento das sinapses.
Noradrenalina: O "alerta vermelho". A noradrenalina prepara o corpo para situações estressantes, mantendo-nos alerta e focados.
Endorfina: O "analgésico natural". As endorfinas nos proporcionam sentimentos de prazer e ajudam a aliviar a dor física e emocional.
GABA: O "calmante natural". O GABA é um neurotransmissor inibitório que reduz a atividade cerebral, promovendo relaxamento e tranquilidade.
Adrenalina: O "motor de luta ou fuga". A adrenalina é liberada em momentos de estresse, preparando o corpo para reagir rapidamente.
Estabelecer limites em qualquer relação não te faz uma pessoa ruim. Não se culpe por isso. Não tenha medo de estabelecer os limites e perder o outro. Aliás, é justamente o contrário: permitir e aceitar tudo pode criar uma relação abusiva que, em consequência, se destruirá.
Não se esqueça:
Pelo bem de qualquer relação, os limites estabelecidos devem ser respeitados!
A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma abordagem terapêutica amplamente utilizada que se concentra na resolução de problemas atuais e na modificação de padrões de pensamento distorcidos ou comportamentos desadaptativos. Aqui estão alguns pontos-chave sobre a TCC:
Foco no presente:
A TCC concentra-se nos problemas atuais do cliente e em como eles podem ser resolvidos no presente. Embora o passado seja considerado, o objetivo principal é trabalhar com o cliente para desenvolver estratégias e habilidades para lidar com os problemas no momento presente.
Relação entre pensamentos, emoções e comportamentos:
A TCC baseia-se na ideia de que nossos pensamentos, emoções e comportamentos estão interconectados. Padrões de pensamento negativos ou distorcidos podem levar a emoções negativas e comportamentos desadaptativos.
Identificação e modificação de padrões de pensamento:
Um componente central da TCC é identificar padrões de pensamento negativos, distorcidos ou irracionais e substituí-los por pensamentos mais realistas e adaptativos. Isso é conhecido como reestruturação cognitiva.
Técnicas de exposição e dessensibilização:
Para lidar com medos, fobias e outros problemas de ansiedade, a TCC frequentemente emprega técnicas de exposição gradual, onde o cliente é exposto gradualmente ao objeto ou situação que causa ansiedade. Isso pode ajudar a dessensibilizar a pessoa ao estímulo temido.
Ênfase na resolução de problemas e aprendizado de habilidades:
A TCC é uma abordagem prática e focada em soluções, frequentemente envolvendo atribuição de tarefas entre as sessões para ajudar os clientes a praticar habilidades aprendidas e implementar mudanças em suas vidas diárias.
Evidência empírica:
A TCC é uma das formas mais bem estudadas de psicoterapia, com uma grande quantidade de pesquisa apoiando sua eficácia no tratamento de uma variedade de condições, incluindo depressão, ansiedade, transtorno obsessivo-compulsivo (TOC), transtorno de estresse pós-traumático (TEPT), transtornos alimentares e outros problemas de saúde mental.
Adaptação a diferentes problemas:
A TCC pode ser adaptada para atender às necessidades de uma variedade de populações e problemas. Existem variações da TCC para crianças, adolescentes, adultos, casais e grupos, bem como para uma ampla gama de condições psicológicas.
Em resumo, a Terapia Cognitivo-Comportamental é uma abordagem terapêutica altamente eficaz e amplamente utilizada que se concentra em identificar e modificar padrões de pensamento e comportamento que contribuem para problemas psicológicos e emocionais.